sexta-feira, 3 de junho de 2011

COLUNA DO RESIDENTE Número 5 , Ano 1.

Radar Bibliográfico 
Abortos seletivos de meninas na Índia
Artigo publicado no The Lancet mostra que os abortos seletivos de fetos do sexo feminino  na Índia vem aumentando nas últimas duas décadas.  Dados dos censos de 1991, 2001 e 2011 mostram que a razão entre  meninas e meninos caiu de 906 por 1000  (meninas para meninos) para 836/1000.  O abortamento seletivo atinge principalmente as famílias que tiveram o primeiro filho do sexo feminino (e resolvem abortar o segundo filho com diagnóstico  pré natal de feto do sexo feminino). Isso envolve  uma estimativa de 4,1 a 12,1 milhões de abortos entre os anos de  1980 a 2000.
O censo indiano de 2011 mostra uma diferença em torno de 7,1 milhões para menos na relação demográfica  garotas/ meninos na faixa etária entre  0 e 6 anos. No censo de 2001 a diferença  foi de 6 milhões e em 1991 de 4,2 milhões.
A título de comparação em todos os demais países de baixa renda os registros da proporção de nascimentos por sexo fica em torno de 950-975 meninas para cada 1000 recém nascidos do sexo masculino.

Artigo original :
The Lancet, Early Online Publication, 24 May 2011
doi:10.1016/S0140-6736(11)60649-
Trends in selective abortions of girls in India: analysis of nationally representative birth histories from 1990 to 2005 and census data from 1991 to 2011
Centre for Global Health Research, Li Ka Shing Knowledge Institute, St Michael's Hospital and Dalla Lana School of Public Health, University of Toronto, ON, Canada/ School of Public Health, Post Graduate Institute of Medical Research and Education, Chandigarh, India / International Institute for Population Sciences, Mumbai, India / National Population Stabilisation Fund, Government of India, New Delhi, India / Government of Maharasthra, Mumbai, India


Ingestão de vitaminas e minerais  e incontinência urinária, sintomas de armazenamento e esvazimento urinários na mulher -  Resultados do Boston Area Community Health Survey

Estudo levado a cabo pelo New England Research Institutes de Massachussets, USA, Universidade de Harvard e a Northwestern University, nos Estados Unidos,  encontrou uma correlação positiva entre a ingestão de vitaminas e cálcio com alguns problemas urinários femininos.

Detectou-se uma maior incidência  de incontinência urinária e sintomas irritativos vesicais em mulheres que ingerem  suplementos  de vitamina C (doses acima do necessário)  e também  cálcio (na forma de suplementos e/ou  leite em volumes ao redor de  500 ml/dia).
O estudo também  demonstrou que o consumo de altas doses de vitamina C (dieta e suplementos) correlacionou-se com uma maior possibilidade de aparecimento de Bexiga Hiperativa (urgência e  frequência urinária aumentada ) numa proporção de 3,5 vezes mais do que nas mulheres que não têm esse fator.
O estudo não é definitivo, mas levanta mais uma suspeita semelhante ao efeito negativo do cálcio em excesso no trato urinário, juntando-se à verificação,  que não é nova,  de que essa suplementação  aumenta a chance de infecções urinárias, por facilitar o aumento da adesividade bacteriana ao urotélio ( 1, 2 ) .
O estudo foi publicado no European Urology  nas suas edições de maio de 2011 (eletrônica) e junho de 2011 (impressa).

Artigo original:
Maserejian NN, Giovannucci EL, McVary KT, McKinlay JG.  Intakes of Vitamins and Minerals in Relation to Urinary Incontinence, Voiding, and Storage Symptoms in Women: A Cross-Sectional Analysis from the Boston Area Community Health Survey. Eur Urol, 2011; 59: 1039-1047.
Referências adicionais:
1 – Apicella LL, Sobota AE. Increased risk of urinary tract infection associated with the use of calcium supplements. Urol Res 1990; 18:213-7.
2- Geesey GG et al. Influence of calcium and other cations on surface adhesion of bacteria and diatoms: a review. Biofouling 200; 15:195-205.