domingo, 1 de novembro de 1998

O doppler colorido como fator prognóstico do câncer de mama

Pós-graduando: João Bosco Ramos Borges
Orientador: Prof.Dr. Alvaro da Cunha Bastos
Data da defesa: 11/1998
Resumo: O câncer da mama apresenta vascularização responsável pelo crescimento tumoral e as metastizações. O Doppler colorido permite visualizar a neovascularização dos tumores da mama. Embora a vascularização tumoral tenha sido estudada como elemento para o diagnóstico diferencial dos tumores mamários, não há informações sobre o papel prognóstico dos vasos tumorais. No presente estudo foram analisadas 66 pacientes com carcinoma da mama nos estádios I, II e IIIa, no período de novembro de 1995 a outubro de 1997, matriculadas no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e no Centro de Referência à Saúde da Mulher, Nutrição, Alimentação e Desenvolvimento Infantil. O doppler colorido de tumores mamários malignos (n=66) foi comparado com o de mama normal, contralateral (controle), considerando-se o estado menstrual da paciente, tamanho tumoral, estadiamento clínico e graus nuclear e histológico dos tumores, objetivando aclarar aspectos relativos ao seu prognóstico. Observou- neovascularização em 96% dos tumores, sendo que em 95% foram detectados vasos na periferia e em 50% vasos no centro. Somente em 3% não foi possível visualizar vasos. Foi possível dividir os tumores em 3 categorias: com vascularização ++ (com 12 ou mais vasos), vascularização + (com 1 a 11 vasos) e avasculares. Verificou-se que os mais vascularizados (++) apresentavam o suporte angiogênico tanto na periferia quanto no centro do tumor, com predomínio na periferia, não sendo muito os tumores centralmente avasculares. Diferentemente, nos tumores menos vascularizados (+) a neovascularização diminuia no centro e na periferia tumoral com uma grande quantidade de tumores centralmente avasculares. O número de vasos, quando comparado ao estadiamento, foi progressivamente maior à medida que progrediu o estadiamneto clínico. O índice de pulsatilidade foi diferente de acordo com o momento hormonal da vida da paciente (menacme ou pós-menopausa), e o tamanho tumoral não se correlacionou com os índices dopplerfluxométricos. Os resultados desta investigação mostraram também que não houve correlação entre os achados vasculares ao doppler e os graus histológicos e nucleares dos tumores, e que o número médio de vasos na mama com tumor foi significativamente maior que o número médio dos vasos na mama normal. Outrossim, o número de vasos na periferia foi significativamente maior que o número de vasos no centro do tumor.

Avaliação de marcadores tumorais e componentes do sistema de ativação do plasminogênio em tumores ovarianos císticos

Pós-graduando: Eduardo Vieira da Motta
Orientador: Prof.Dr. Jesus Paula Carvalho
Data da defesa: 11/1998
Resumo: Foram estudadas 43 mulheres com tumor ovariano cístico submetidas a laparotomia por suspeita de neoplasia ovariana. Em todos os casos foram analisadas as concentrações plasmática e no conteúdo cístico destes tumores do ativador do plasminogênio tecidual (AP-T), do ativador do plasminogênio uroquiase (AP-U), do inibidor do ativador do plasminogênio tipo 1 (PAI-1) e do inibidor do ativador do plasminogênio tipo 2 (PAI-2), além dos marcadores tumorais CA 125, CA 72-4 e CEA. As concentrações dos elementos estudados no plasma e nos cistos foram descritas conforme a natureza neoplásica dos tumores, e comparadas através da análise de Mann-Whitney e Kruskal-Wallis. As correlações entre estes elementos no plasma e no conteúdo cístico foram realizadas através do coeficiente linear de Pearson. Os níveis plasmáticos de CA 125 e Ca 72-4foram maiores em pacientes com cistos neoplásicos, sem diferença para CEA e para os componentes do sistema de ativação do plasminogênio. Os cistos neoplásicos apresentaram no seu conteúdo maior concentração de Ca 72-4 e AP-T, sem diferença para os outros elementos estudados. A concentração plasmática destes marcadores se correlacionou linearmente com as respectivas concentrações no conteúdo cístico, enquanto apenas o nível de CA 125 plasmático se correlacionou com a concentração dos ativadores do plasminogênio tecidual e uroquiase no conteúdo cístico. Houve correlação significativa entre o inibidor do ativador plasminogênio tipo 2, o CA 72-4 e o CEA plasmáticos. Estes dados sugerem a utilização da determinação de CA 72-4 e do AP-T no conteúdo cístico de tumores ovarianos como critério diagnóstico entre lesões neoplásicas e não neoplásicas; que os níveis plasmáticos de CA 125 possam depender da concentração de fatores do sistema de ativação do plasminogênio no conteúdo cístico; e que pacientes com níveis plasmáticos elevados de CA 72-4 e CEA possam apresentar maior risco de fenômenos tromboembólicos.

terça-feira, 1 de setembro de 1998

Contribuição para detecção do carcinoma de endométrio pela biópsia aspirativa com sonda de polietileno

Pós-graduando: Waldemir Washington de Rezende
Data da defesa: 09/1998
Resumo: Realizou-se biópsia aspirativa com sonda de polietileno em 202 pacientes do ambulatório de Ginecologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e do Centro de Referência da Saúde da Mulher e de Nutrição, Alimentação e Desenvolvimento Infantil (Hospital Pérola Byington), no período de outubro de 1992 a dezembro de 1997. Foi obtido material adequado para estudo anatomopatológico em 102 casos sendo diagnosticados 20 carcinomas de endométrio (9.9%) e 10 casos apresentavam atipias celulares (5%). Daqueles com atipias, o seguimento revelou três casos de tumor mesodérmico misto, três hiperplasias endometriais com atipias, um sarcoma, uma hiperplasia típica e duas pacientes apresentavam pólipo e atrofia endometrial. Os demais casos apresentavam diagnóstico de doença endometrial benigna ou atrofia endometrial. Excluindo-se os casos de carcinoma de endométrio ou atipias, diagnosticados pela biópsia aspirativa, todas as pacientes foram avaliadas por histeroscopia, curetagem uterina e ultra-sonografia transvaginal de controle. Apenas uma paciente com laudo de doença endometrial benigna pela biópsia aspirativa, apresentou diagnóstico de carcinoma. A sensibilidade, especificidade, valor preditivo positivo e preditivo negativo da biópsia aspirativa com sonda de polietileno obtendo material adequado para exame anatomopatrológico em relação a diagnóstico do câncer endometrial foram respectivamente de 97%; 100% e 98.5%.
Nos 100 casos em que o material foi insuficiente para estudo a propedêutica subseqüente diagnosticou-se 14 carcinomas de endométrio (6.9%), dois sarcomas (0.1%), três casos de tumor mesodérmico misto (1.5%) e 81 (40%) pacientes com doença endometrial benigna ou atrofia endometrial.

quarta-feira, 1 de julho de 1998

Contribuição para o estudo dos efeitos do 17beta-estradiol por via transdérmica associado ao acetato de medroxiprogesterona por via oral sobre a lipoproteína (a) e outros lípides em mulheres pós-menopausais normotensas e hipertensa

Pós-graduando: Luiz Carlos Sakamoto
Orientador: Prof.Dr. Hans Wolfgang Halbe
Data da defesa: 07/1998
Resumo: Foram analisadas, em estudo prospectivo, 89 pacientes pós-menopausais brancas, divididas em pacientes normotensas e hipertensas que utilizaram placebo ou uma associação de estradiol por via transdérmica e acetato de medroxiprogesterona de modo cíclico por via oral. O tempo de tratamento foi de 180 dias. Os resultados revelaram que as pacientes que utilizaram estrógeno por via transdérmica tiveram redução significativa ao final do tratamento dos níveis de lipoproteína(a), colesterol total e lipoproteínade baixa densidade, e aumento significativo da lipoproteína de alta densidade. O acetato de medroxiprogesterona não determinou modificações significativas desses resultados. Esses resultados permitiram chegar à conclusão de que o tratamento com 17 beta-estradiol por via transdérmica pode determinar, em última análise, a redução do risco cardiovascular por estabelecer um perfil lipídico favorável, inclusive da lipoproteína (a), e que a adição do acetato de medroxiprogesterona por via oral não altera esse efeito favorável.

domingo, 1 de março de 1998

Estudo randômico, duplo-cego, controlado com placebo, dos efeitos da Terapia de Reposição Hormonal sistêmica na pele de mulheres menopausadas

Pós-graduando: Adolfo Vítor Dias Sauerbronn
Orientador: Prof. Dr. Angela Maggio da Fonseca
Data da defesa: 03/1998
Resumo: Objetivo: o objetivo deste estudo foi determinar os efeitos da terapia de reposição hormonal na pele de mulheres menopausadas.
Pacientes e métodos: 41 mulheres menopausadas foram alocadas de maneira randômica, recebendo tratamento hormonal (valerato de estradiol - 2mg/dia, durante os 10 últimos dias) ou placebo, ambos em esquema cíclico, durante seis meses. Nem pacientes nem médicos conheciam os códigos de randomização. Através de cortes histológicos da pele do braço esquerdo, foram medidas a relação área da epiderme/comprimento da membrana basal (AE/CMB), relação área de queratina/comprimento da membrana basal (AQ/CMB), quantidade de fibras colágenas e de fibras elásticas antes e no sexto mês de tratamento em ambos os grupos. As avaliações histológicas foram realizadas através de análise computadorizada de imagens.
Resultados: a quantidade de colágeno da pele do braço esquerdo aumentou após seis meses de tratamento, apenas no grupo hormonal (+ 6.49%; p<0.05). Os demais parâmetros analisados não apresentaram alterações significantes ao longo do tratamento em ambos os grupos.
Conclusão: a terapia de reposição hormonal sistêmica nas doses e esquema empregados aumentou a quantidade cutâneo após seis meses de tratamento.