segunda-feira, 16 de maio de 2011

Coluna do Residente. Ano 1, Número 2

Literatura médica   -  radar da semana -

1 -  AZOOSPERMIA NÃO OBSTRUTIVA E OLIGOZOOSPERMIA SEVERA &  AVALIAÇÃO GENÉTICA

Casais inférteis em que os homens se apresentam com azoospermia não-obstrutiva (não cirúrgica)  e oligozoospermia severa devem ser investigados do ponto de vista genético.
A investigação deve incluir um cariótipo completo  e a  pesquisa de microdeleções do cromossomo Y . As alterações nesses exames  são encontradas em mais de 18% dessa sub-população de homens.
Pesquisa foi realizada em quase uma centena e meia de pacientes nessa situação por grupo de pesquisadores da Faculdade Medicina do ABC

International Braz J Urol
Vol. 37 (2): 244-251, March - April, 2011 

 
CHROMOSOMAL AND MOLECULAR ABNORMALITIES IN A GROUP OF BRAZILIAN INFERTILE MEN WITH SEVERE OLIGOZOOSPERMIA OR NON-OBSTRUCTIVE AZOOSPERMIA ATTENDING AN INFERTILITY SERVICE
     
F.A. MAFRA, D.M. CHRISTOFOLINI, B. BIANCO, M.M. GAVA, S. GLINA, S.I.N. BELANGERO, C.P. BARBOSA (EDITORIAL COMMENT BY S. ESTEVES)
Division of Pathological Gynecology and Human Reproduction (FAM, DMC, BB, MMG, SINB, CPB), Department of Gynecology and Obstetrics and Division of Urology (MMG, SG), Department of Surgery, ABC School of Medicine, Santo Andre, Sao Paulo, Brazil 

2 - CÁLCULOS URINÁRIOS NA PORÇÃO FINAL DO URETER.  ALIVIANDO A DOR, RETARDANDO A ELIMINAÇÃO. 

Pesquisa urológica em Istambul mostra a superioridade de bloqueadores alfa1-adrenérgicos em comparação com hioscina n-butilbromida (antiespasmódico) quando se avalia a facilitação da eliminação de cálculos entre 5 e 10 mm na porção final dos ureteres.
Bloqueadores alfa-adrenergicos já eram anteriormente utilizados no homem para melhorar o fluxo urinário. Hoje são medicamentos praticamente padronizados na colica renal de cálculos ureterais distais.

International Braz J Urol
Vol. 37 (2): 195-202, March - April, 2011 

 
EFFICACY OF THREE DIFFERENT ALPHA 1-ADRENERGIC BLOCKERS AND HYOSCINE N-BUTYLBROMIDE FOR DISTAL URETERAL STONES
     
M.C. GURBUZ, H. POLAT, L. CANAT, M. KILIC, T. CASKURLU (EDITORIAL COMMENT BY M.H. ATHER)
Istanbul Goztepe Training Hospital, Department of 2nd Urology, Istanbul, Turkey 

3 -  ESPECTROSCOPIA NEAR-INFRARED E BEXIGA HIPERATIVA - Possível método diagnóstico-não invasivo?

Um grupo da Holanda utilizou a Espectroscopia próxima do infra-vermelho, um dispositivo utilizado em algumas doenças cardiovasculares e neurológicas, que pode detectar a alterações na concentração de hemoglobina sanguínea, através da medida da proporção entre
hemoglobina oxigenada e desoxigenada num determinado tecido, sendo que o aumento da primeira indica aumento do fluxo sanguíneo no tecido.
O estudo tentou aplicar a técnica na Bexiga Hiperativa, medindo na bexiga e na zona frontal do cérebro relacionada com o armazenamento e esvaziamento vesical. Na região encefálica não houve diferença entre pacientes normais e com Bexiga Hiperativa. Já na medida
vesical houve uma diferença razoável entre a perfusão de pacientes normais  e a perfusão diminuida em pacientes com Bexiga Hiperativa.
O editorial chama a atenção para a precariedade do método em relação ao assunto e também para o fato de que apesar de ser algo totalmente experimental já é encontrado comercialmente para uso dos urologistas e ginecologistas que se ocupam das disfunções miccionais.

Comentário do editor da Coluna  -  vale para conhecer o método. 

European Urology
Volume 59, issue 5, pages e27-e32, May 2011
Near-Infrared Spectroscopy: A Novel, Noninvasive, Diagnostic Method for Detrusor Overactivity in Patients with Overactive Bladder Symptoms—A Preliminary and Experimental Study
Fawzy F. Farag, Frank M. Martens, Kathleen W. D’Hauwers, Wout F. Feitz, John P. Heesakkers.

Editorial sobre o artigo
Mozart, the Brain, and the Bladder: Clinical Usefulness of Near-Infrared Spectroscopy for the Detection of Detrusor Overactivity
Jürgen Pannek.
12 January 2011 | pages 763 - 764

4 - NANOTECNOLOGIA, MAGNETISMO E O TRATAMENTO DO CÂNCER.

A Universidade Federal de Minas Gerais (Departamento de Química e Centro de Microscopia) desenvolve uma pesquisa com materiais magnéticos nanoestruturados. A base do trabalho utiliza magnetita (óxido de ferro) em nanopartículas sobre uma matriz de sílica. O nanocompósito é produzido na forma de um pequeno bloco para implante local ou pó. Pelas suas propriedade magnéticas e baixa toxicidade, o óxido de ferro pode ser injetado na corrente sanguínea ou localmente. Quando injetado sistemicamente pode ser reunido em localização específica do corpo utilizando o magnetismo, para a concentração das partículas. Tanto essa localização e concentração quanto o aquecimento das nanopartículas são realizados  externamente por equipamento magnético. O aquecimento pode elevar a temperatura até 20 o.  C acima da temperatura corporal ou, especificamente até 5 graus C, o que já é suficiente para lesar células cancerosas. O outro mecanismo é associação com microdoses de medicamentos que também são liberados através do mecanismo de ativação magnética externa, de maneira controlada. Atualmente há estudos em condução com a utilização do doxorrubicina. Na liberação da droga o campo magnético é ativado de maneira a se obter apenas uma vibração das nanopartículas, suficiente para a liberação da droga.

"Magnetismo para tratar  câncer" , Vasconcelos Y.. Pesquisa Fapesp, 2011(4); 182:76-77.

Souza KC, Mohallem ND, Sousa EMB. Mesoporous silica-magnetite nanocomposite: facile synthesis route for application in hypertermia. Journal of Sol-Gel Science and Technology, 2010;53(2):418-27