segunda-feira, 18 de junho de 2012

Atualização médica relâmpago

Contracepção   -  Estudo de 15 anos na Dinamarca.

AVC e Infarto do Miocárdio X Anticoncepcionais.

A associação entre tromboembolismos venosos e anticoncepcionais sempre foi uma preocupação e objeto de estudos, já na década de 60 e depois nos anos 90, com especial preocupação com os progestágenos utilizados. No entanto, poucos são os estudos  sobre a relação entre os anticoncepcionais e o acidente vascular cerebral trombótico e o infarto do miocárdio, eventos trombóticos arteriais. Ainda mais, até então  os resultados desses poucos estudos existentes eram conflitantes.
Um estudo publicado no dia 14 de junho de 2012 no New England Journal of Medicine, por Lidegaard e colaboradores, mostra a experiência  dinamarquesa com um  estudo de coorte histórico por 15 anos envolvendo mulheres não grávidas entre 15 e 45 anos, sem histórico de câncer ou doença cardiovascular de todo o país. Em termos numéricos isso representa um total de 1.626.158 mulheres que geraram  14.251.063 pessoa/anos de observação , com 3.311 AVC trombóticos no período (21,4 por 100.000 pessoas/ano) e 1725 infartos do miocárdio (10,1 por 100.000 pessoas/ano).
O estudo conclui que, apesar do risco baixo verificado para ambos os eventos trombóticos em associação com o uso de contraceptivos,  há uma diferença sensível quando se comparam as doses do etinil-estradiol utilizado nessas drogas. Entre 20µg e 30µg o risco  sobe de 0,9 a 1,7 e da dose de 30µg para 40µg o fator de risco aumenta de 1,3 para 2,3.  As diferenças em relação à progestinas utilizadas  foram insignificantes na estratificação de risco.
Esse trabalho revela-se de grande importância ao reassegurar a segurança dos anticonceptivos  que embora não total é baixa o suficiente em termos de segurança. Em termos epidemiológicos ainda apresenta como um trabalho de grande peso científico e de importância.  Comparativamente ele  é  10 vezes maior do que  um estudo semelhante, publicado recentemente nos Estados Unidos por Ouellet-Hellstrom e colaboradores no mesmo assunto.  

Referência original:
Ø. Lidegaard and Others | N Engl J Med 2012;366:2257-2266


Editor  H. Guidi