terça-feira, 10 de agosto de 2010

Avaliação da linfangiogênese intratumoral em carcinoma precoce do colo de útero

10/08/2010 Fabrícia Leal Zaganelli DD
Tema
Avaliação da linfangiogênese intratumoral em carcinoma precoce do colo de útero
A incidência do câncer cervical permanece elevada em nosso país, provavelmente devido ao rastreamento ser realizado principalmente em áreas urbanas e haver áreas menos favorecidas onde os programas de rastreamento não são efetivos. É bem sabido que a mortalidade pelo câncer raramente é devida ao tumor primário, mas à disseminação metastática das células tumorais em órgãos distantes. A via linfática é considerada a preferencial para disseminação metastática nos tumores ginecológicos. E o estágio clínico e os linfonodos regionais são considerados os fatores prognósticos mais potentes no carcinoma de colo útero. A compreensão da linfangiogênese pode ser considerada uma importante chave na elucidação dos mecanismos usados pelas células tumorais na sua disseminação. Os objetivos do presente estudo são avaliar as características clínico-patológicas do câncer do colo do útero e sua associação com o comprometimento linfonodal e o desfecho; avaliar a linfangiogênese intratumoral pela análise quantitativa da microdensidade vascular linfática (MDVL), usando o método imunoistoquímico para marcação dos vasos linfáticos e três métodos morfométricos para a quantificação; determinar a associação entre a MDVL, características clínico-patológicas de apresentação, comprometimento linfonodal, desfecho e a expressão de podoplanina em células neoplásicas e a expressão da podoplanina em células fibroblásticas do estroma intratumoral. Os estudos sobre a MLVD em câncer de colo de útero são raros e controversos. Nossos resultados demonstraram que a MLVD foi mais acentuada nos tumores de menor tamanho (<2 cm), nos estádios iniciais (IB1), com menos infiltrações, sem comprometimento vascular e sem comprometimento linfonodal, provavelmente porque a indução da linfangiogênese pode ser um evento inicial na progressão do câncer, quando ainda nem todos os vasos neoformados estão funcionantes ou patentes. Isto explicaria a elevada MLVD nos tumores iniciais quando os linfonodos estavam frequentemente negativos. Observou-se que não não houve associação significativa entre expressão de podoplanina em células neoplásicas e comprometimento vascular, comprometimento dos linfonodos ou desfecho. A expressão de podoplanina em fibroblastos do estroma intratumoral no câncer precoce de colo de útero está associada a melhor prognóstico. Até o presente, acreditase que este seja o primeiro estudo a investigar o papel da expressão da podoplanina no estroma intratumoral de carcinoma precoce do colo do útero, relacionando-a com MLVD, comprometimento dos linfonodos e o desfecho