Durante muito tempo foi um dogma, corrente na Medicina, que a ocorrência de um episódio de Tromboembolismo Venoso (TEV - embolia pulmonar ou veia periférica profunda) sem causa aparente tinha uma chance considerável (acima de 10%) de ter um câncer oculto por trás do evento o que justificaria uma investigação mais profunda com uso de tomografias.
Estudo publicado hoje no New England Journal of Medicine realizado no Canadá
(multicêntrico, aberto, prospectivo, randomizado e controlado) mostrou o contrário. A incidência de câncer oculto nessa situação é bastante baixa - 3,9%.
Tanto no grupo com exames mais simples (testes laboratoriais, RX de tórax e screening de câncer de mama, colo e próstata), quanto no grupo em que se adicionaram as tomografias, o achado de câncer oculto não foi diferente ao final de 1 ano de acompanhamento após o TEV.
À conclusão de que a prevalência de câncer oculto nesses pacientes com tromboembolismo já é baixa, se junta a conclusão de que o uso rotineiro de TC abdominal e pélvica nesses pacientes não traz benefícios, nem se justifica em termos de custo benefício.
Screening for Occult Cancer in Unprovoked Venous Thromboembolism
N Engl J Med 2015; 373:697-704August 20, 2015DOI: 10.1056/NEJMoa1506623,Editoria Dr. Homero Guidi