Tratamento de fertilidade e nascimentos múltiplos nos
Estados Unidos
Estudo conduzido pelo Centro de Controle de Doenças, por sua
Divisão de Saúde Reprodutiva e algumas outras
grandes universidades americanas analisou o impacto das técnicas de
reprodução assistida nos nascimentos múltiplos nas últimas quatro décadas. Na
metodologia dados estatísticos nacionais desse tipo de evento, antes da
introdução desses tratamentos foram comparados com os dados entre 1997 e
2011 (prévio entre 1962 e 1966, geral entre
1971 e 2011). Os resultados apontam, em resumo, que até 2011, 36% dos
nascimentos de gêmeos e 77% de trigêmeos ou mais resultaram de reprodução
assistida. Entre 1971 e 2009 a incidência de nascimentos de gêmeos cresceu a
uma razão de 1,9. Os nascimento de 3 ou mais bebês aumentou com um fator de 6,7
entre 1971 e 1998 e declinou 29% a 33% ,
entre 1998 e 2011, coincidindo com a redução em 70% na transferência de 3 ou mais embriões
durante os procedimentos de FIV, na última década.
ORIGINAL ARTICLE
Fertility Treatments and Multiple Births in the United
States
Aniket D. Kulkarni, M.B., B.S., M.P.H., Denise J. Jamieson,
M.D., M.P.H., Howard W. Jones, Jr., M.D., Dmitry M. Kissin, M.D., M.P.H., Maria
F. Gallo, Ph.D., Maurizio Macaluso, M.D., Dr.P.H., and Eli Y. Adashi, M.D.
N Engl J Med 2013; 369:2218-2225 December 5, 2013
Genoma Humano aplicado às diferenças da doença renal crônica
Existem enormes diferenças na incidência da doença renal crônica
entre afro-descendentes e brancos. A doença
renal hipertensiva é há muito tempo reconhecida como a causa principal da
doença renal crônica entre os afro-descendentes. A incidência geral da doença
em estágio final é maior entre 3,5 a 5 vezes mais nessa raça em comparação com
a raça branca. Na mesma linha,
considerando pacientes HIV positivos afro-descendentes a nefropatia associada é
50 vezes mais frequente em comparação com pacientes brancos. Durante muitos anos
essas diferenças foram estudadas com base em determinantes sociais, comportamentais,
dietéticos e mesmo familiais (alto número de pacientes renais crônicos com
parentes próximos em iguais condições, em diálise ou doença renal silenciosa,
etc. Um estudo recente contudo mostra o
papel de uma Apolipoproteína L1 (APOL1)
nessas grandes disparidades. A presença
de um alelo da APOL1 (uma das variações possíveis) é bastante frequente nessa
raça. Ele confere proteção contra a doença do sono, causada pelo Trypanosoma brucei rhodesiense (ação
lítica). Já a presença de dois alelos dessa apolipoproteína favorece a doença renal crônica nessa raça.
O assunto, contudo, é bastante complexo, porque esse estudo
levou em consideração as doenças renais crônicas em estágio final sem presença
de diabetes, outro fator de grande risco para o problema e que também apresenta
a mesma disparidade entre as duas raças. Nesse caso estudos iniciais dão conta
da participação de alguns alelos do cromossomo 22.
EDITORIAL
Health Disparities in Kidney Disease — Emerging Data from
the Human Genome
Winfred W. Williams, M.D., and Martin R. Pollak, M.D.
N Engl J Med 2013; 369:2260-2261December 5, 2013
ORIGINAL ARTICLE
Parsa A, Kao WHL, Xie D, et al. APOL1 risk variants, race,
and progression of chronic kidney disease. N Engl J Med 2013;369:2183-2196
Editoria e pesquisa Dr. Homero Guidi
Editoria e pesquisa Dr. Homero Guidi