Finalizando as reuniões clínicas da Ginecologia da USP em 2017.
Dia 6 de dezembro, quarta-feira, as 8 e 30 h. no Anfiteatro Berillo Langer, entrada pelo hall nobre do Hospital das Clínicas, receberemos, mais uma vez o decano Prof. Geraldo Rodrigue de Lima que vai discorrer sobre: "O papel do estresse na Função Reprodutiva".
Não perca!
segunda-feira, 4 de dezembro de 2017
terça-feira, 14 de novembro de 2017
5o. SEMINÁRIO NACIONAL DO PROGRAMA TELESSAÚDE BRASIL REDES
O Programa Telessaúde Brasil Redes, mantido pelo Ministério da Saúde e com participação da Rede Universitária de Telemedicina e a Rede Nacional de Pesquisa estão comemorando no seu 5o. Seminário Nacional, juntamente com o 8o. Congresso Brasileiro de Telemedicina e Educação à Distância, em Gramado, nas dependências da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, os 10 anos de sua criação.
É há o que comemorar. Um exemplo enorme são alguns programas que vem sendo implantados na área. Um deles é o de Telediagnóstico a Distância e o Segunda Opinião que colocam pontos remotos do país em contato com os centros de excelência médica no diagnóstico de exames e fornecem uma segunda opinião, ambos envolvendo especialistas em regime de teleconferência iterativa.
Parece pouco ou prosaico, mas oferecer um laudo de eletrocardiograma em poucas horas na rede básica de uma localidade na região norte do país é um avanço notável e um dos escopos da 20 metas acordadas pelas Nações Unidas como um programa de melhoria da vida no nosso mundo. Precisamente a 3a. meta.
Isso não é novidade no resto do mundo, e mesmo em países desenvolvidos é um filão a mais para grandes instituições médicas universitárias que disponibilizam essa consultoria de experts em real time com quem demandar uma assessoria desse tipo. Aqui no Brasil algumas entidades particulares de diagnose já vem implantando isso do mesmo jeito, tornando-se uma unidade de negócios a mais no seu portfólio de serviços lucrativos. Felizmente para um país pobre a parte pública também se mobiliza para oferecer no sistema universalizado do Sistema Único de Saúde, a mesma coisa, notadamente na assistência primária. Doenças crônicas prevalentes como hipertensão, diabetes e outras mais já estão no mesmo caminho desse tipo de recurso valioso. O programa é um exemplo feliz da comunhão entre Universidades, entidades governamentais e a tecnologia em prol de um incremento na qualidade de vida, notadamente de quem mais precisa. Todos cumprem o seu papel social, num exemplo cabal da Medicina Translacional (da bancada, da academia à prática essencial nos pontos mais humildes e difíceis do continente Brasil).
A Disciplina de Ginecologia da FMUSP e a Clínica Ginecológica do HCFMUSP estão presentes nesse evento, através do editor desse site. Na Universidade de São Paulo existe um centro no assunto, inclusive com programa de residência médica nessa área. A Gineco USP está ciente de seu papel social e da sua responsabilidade e disposição em participar ativamente dessas inovações que devem mudar substancialmente, senão o exercício da Medicina, mas notadamente uma necessidade diuturna de atualização e renovação do conhecimento ginecológico e também a assistência médica no século XXI. É um dever da Universidade e nós estamos presentes e ciosos de sua consecução no melhor possível, numa dimensão social e cidadã dos impostos que todos nós pagamos.
Marcadores:
Telemedicina,
Telessaúde
quarta-feira, 8 de novembro de 2017
Reuniões clínicas Novembro de 2017
Dia
08
07h30-08h15 Residentes e internos
08h30-10h00 Conferência: Diagnóstico da infecção pelo HPV
Palestrantes: Maricy
Tacla
10h30-12h00 Curso residentes
Dia
22
07h30-08h15 Residentes e internos
08h30-10h00 Conferência: Comparação entre
uma transferência eletiva de dois embriões e duas transferências eletivas
sequenciais de um embrião: impacto nas taxas de sucesso e de gestação múltipla
Palestrante: Pedro
Monteleone
10h30-12h00 Curso residentes
Dia
29
07h30-08h15 Residentes e internos
08h30-10h00 Conferência: Apneia do Sono
Palestrante: Prof. Dr. Geraldo Lorenzi-Filho
Diretor do Laboratório do Sono
Livre Docente – Disciplina de
Pneumologia
10h30-12h00 Curso residentes
Local - Anfiteatro Berillo Langer - Hall Central ICHC
Marcadores:
Reuniões clínicas
terça-feira, 24 de outubro de 2017
Reuniões clínicas da Ginecologia em Outubro de 2017
Reuniões Clínicas Científicas
Dia 18 REUNIÃO INTERNACIONAL
07h30-08h15
Residentes e internos
08h30-10h00
Conferência: Advancing vaginal hysterectomy with surgical innovation
Palestrante: Dr. Rosanne Kho
10h30-12h00
Curso residentes
Dia 25
07h30-08h15
Residentes e internos
08h30-10h00
Conferência: Dificuldades de uma vida acadêmica”.
Palestrante: Prof. Dr. Bernardo Boris Vargaftig (Professor Associado Sênior do ICB).
10h30-12h00
Curso residentes
Dia
04
07h30-08h15 Residentes e internos
08h30-10h00 Conferência: Alterações citológicas: como interpretar e conduzir
Palestrante: Dra.
Adriana Bittencourt Campaner
10h30-12h00 Curso residentes
Dia
11
07h30-08h15 Residentes e internos
08h30-10h00 Conferência: Tratamento cirúrgico atual do prolapso genital
Palestrantes: Dr.
Jorge Milhem Haddad
10h30-12h00 Curso residentes
Marcadores:
Cleveland Clinic,
Reuniões clínicas,
Rosanne Kho
domingo, 22 de outubro de 2017
VII JORNADA DE UROGINECO PROGRAMA PRELIMINAR 1 - 2018
VII JORNADA INTERNACIONAL DE UROGINECOLOGIA DA GINECOLOGIA DA FACULDADE DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - 2018
26 a 28 de abril de 2018
Hotel Pullmann Vila Olímpia - São Paulo
26 a 28 de abril de 2018
Hotel Pullmann Vila Olímpia - São Paulo
PROGRAMA PRELIMINAR (1)
Sexta-feira - 27 de Abril de 2018
07:45 - 08:00 Abertura
08:00 - 09:10 Mesa-Redonda 1- O tratamento cirúrgico da IUE está
mudando de novo?
Coordenadores:
Secretária:
08:00 - 08:10 - O TOT está
perdendo espaço?
08:10 - 08:20 - Fisioterapia
pré e pós-operatória: qual a evidência?
08:20 - 08:30 - Ainda há espaço
para Burch?
08:30 - 08:40 - Quando indicar
“sling” retropúbico?
08:40- 09:10 – Discussão-
3 Professores de regiões diferentes do Brasil- o que
fazem de diferente?
09:10-10:00- Ponto e Contra-ponto:
Fisioterapia X Laserterapia no tratamento da
IUE leve
Coordenadores:
Secretário:
09:10- 09:25 - Fisioterapia -
09:25- 09:40 – Laser-
09:40- 10:00 -
Discussão- 3 Professores de regiões diferentes do Brasil- o que
fazem de diferente?
10:00 -10:20 – Visita aos Stands
10:20- 10:50 - Conferência : OASIS- Obstetric Anal Sphincter Injuries-
The story so far
Conferencista : Ranee Thakar
Coordenadores :
Secretaria:
10:50 -11:10 – Discussão: 3
Professores de regiões diferentes do Brasil- o que
fazem de diferente?
11:10 -12:00 - Mesa Redonda 2 – Tratamento atual nas disfunções
miccionais
Coordenadores:
Secretária :
11:10- 11:20- BH- até onde a fisioterapia pode ir?
11:20- 11:30- quando considerar Bexiga hiperativa refratária
e como tratar? -
11:30- 11:40- Guideline “Febrasgo” e Latino-americano
no Tratamento da ITU recorrente
11:40- 12:00- Discussão – 3 Professores de regiões diferentes do Brasil- o que
,
fazem de diferente?
12:00 -13:00 - Lunch Meeting
- PROMEDON
Enrique Ubertazzi (Argentina)
Coordenadores:
Secretária:
13: 00-14:10 - Mesa Redonda 3 – Prolapso genital
Coordenadores:
Secretária:
13:00 - 13:10 – IUE
com prolapso acentuado: o que fazer?
13:10 - 13:20 – Prolapso X
atletas
13:20 - 13:30 – Tratamento
apical: qual a melhor via?
13:30 - 13:40 – Pessário:
quando, qual e como indicar?
13:40 - 14:10: Discussão : 3
Professores de regiões diferentes do Brasil- o que
,
fazem de diferente?
14:10 -14:40 - Conferência:
Conservative Management for female sexual
dysfunction
Conferencista
: Bary Berghman
Coordenadores-
Secretário
14:40-15:00-
Discussão:
15:00-15:30- Visita aos stands
15:30-17:30 - Cirurgias ao
vivo- Correção do prolapso apical com FSE pelo
acesso posterior com Capio
Cirurgião- Willy Davila (
Cleaveland Clinic Florida – USA)
Coordenadores:
Secretaria:
Sábado – 28 de Abril de 2018
08:00-09:00 - Mesa-Redonda: Alterações do assoalho pélvico e gestação
Coordenadores-
Secretário
08:00-08:10
–
Qual é a verdadeira evidência sobre a influência da gestação e da via de parto
nas disfunções do assoalho pélvico?
08:10-08:20
–
Tratamento da incontinência fecal no pós parto - quando tratar? Como?
08:20 - 08:30
- Fisioterapia na gestação e
pós parto: quando, como e por que?
08:30 - 08:40
–
Prolapso genital em pacientes com desejo reprodutivo: o que fazer?
08:40 - 09:10: Discussão: 3
Professores de regiões diferentes do Brasil- o
que fazem de diferente?
09:10
-09:40- Conferência– Necessitamos de uma opção de tratamento
para IU sem mobilidade uretral. Quais as evidências atuais dos injetáveis
uretrais?
Conferencista:
Willy Davila ( USA)
09:40-10:00 - Discussão
10:00
– 10:20 - Visita aos Stands
10:20-12:00
Cirurgias ao vivo: Tratamento do prolapso genital por
Laparoscopia
12:00-13:00
Lunch Meeting( a confirmar)
13:00 -14:00 Mesa Redonda: Disfunções
miccionais e algia
pélvica
Coordenadores-
Secretário
13:00 - 13:10 .- Quais as evidências da
neuromodulação na bexiga hiperativa refratária? Sacral (Interstim®)
ou PTNS (tibial)
13:10 – 13:20 – Síndrome da bexiga dolorosa: papel atual da instilação
vesical
13:20-13:30- Como e até quando fazer o
tratamento fisioterapêutico na algia pélvica crônica?
13:30 - 13:40 – Neuromodulação
sacral no tratamento da algia pélvica-
evidências atuais
13:40 – 13:50 – Quando recorrer ao
tratamento cirúrgico no tratamento da algia pélvica crônica? Como fazer?
13:50-14:10 – Discussão:
14:10- 14:50- Conferência : Estado da arte da
histerectomia vaginal- dificuldades , abertura
peritônio posterior e útero grandes
Conferencista - Rosanne Kho
Coordenadores-
Secretaria:
14:50 -15:10- Visita aos Stands
16:00 – 16:50 Vídeos interativos 2
16:50 – Encerrament
Obserevações - O Programa é preliminar porque depende da confirmação dos convidados e eventuais ajustes, propostos pelos mesmos, em detalhes dos assuntos centrais imutáveis.
Comissão Organizadora/ Científica.
(22.10.17)
a
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VII Jornada de Uroginecologia
terça-feira, 19 de setembro de 2017
MIOMA E FITOTERAPIA
Há tratamento fitoterápico para miomas uterinos?
Ceci Mendes
Carvalho Lopes*
Um número muito grande de
mulheres é de portadoras de miomas uterinos, algo como um quinto delas! Porém a
maioria dos casos nem pede tratamento, pois são de pequena monta, não causam
sintomas e, com alguma frequência, são descobertos por casualidade. No entanto,
um certo contingente deles exige alguma intervenção. Às vezes, medicamentos dão
conta, pois basta tratar os sintomas desagradáveis associados à presença desses
tumores benignos. Por outro lado, outros exigem tratamento cirúrgico, que pode,
inclusive, ser radical. Cada caso é diferente do outro.
Muitas vezes somos
procurados por pacientes que já souberam da possibilidade de tratamento
‘natural’, por ouvir falar, ou porque viram na mídia. Faz-se mister ‘separar o
joio do trigo’ e checar o que é fato e o que é mera crendice.
Tratando sintomas mais
incômodos, geralmente, como já dissemos, não há necessidade de intervenções
mais agressivas. Assim, solucionando a dor (é comum a associação com fortes
cólicas menstruais), ou o sangramento excessivo (que pode comprometer
seriamente a saúde), em muitos casos é o bastante, uma vez que o mioma é um
tumor benigno, cuja expectativa é que permaneça benigno.
As principais
preocupações são o sangramento, a anemia e, quando possível, a redução tumoral:
tópicos a serem levados em conta.
Como
a cólica menstrual tem sido associada à liberação de prostaglandina e
vasopressina, causando contratura miometrial, isquemia uterina, com conseqüente
sensibilização das fibras sensitivas, é possível tratamento com analgésicos,
ou, ainda melhor, com antiinflamatórios não-esteroidais e contraceptivos
hormonais1. Resolve-se, assim, a dor e regulariza-se a perda
sanguínea.
Mas há vários fitoterápicos úteis na sua terapêutica, com
resultados variados.
1-Ácidos graxos essenciais
Por atuar deflagrando a cascata das
prostaglandinas, as gorduras Omega-6 podem desencadear a cólica. Considerando
que a dieta pode ser rica em Omega-6, recomenda-se
aumento da ingestão de omega-3 (presentes em peixes e nozes), a fim de que a
relação omega-3/omega-6 seja mais favorável. Além disso, a ingestão de vitamina
B12 (7µg ao dia) potencializa o efeito dos omega-3. Essa medida pode favorecer a
diminuição do uso de analgésicos e anti-inflamatórios3.
Estudo realizado com 42
mulheres utilizando óleo de peixe mostrou-se efetivo na redução da dor
menstrual. As autoras consideram que a dosagem usual de omega-3, de 3 a 4g por dia é bem tolerada e
segura. Aconselham seu uso, embora reconheçam a necessidade de mais estudos4.
O estudo foi feito com óleo de peixe, por ser rico em Omega-3, mas a ingestão
de sementes oleaginosas é uma opção.
Revisão de vários estudos
controlados por placebo atesta a eficácia dos omega-3 no tratamento da cólica
menstrual, porque o ácido eicosapentanóico (EPA) e o docosaexanoico (DHA)
competem com o ácido araquidônico, interferindo na cascata, o que vai resultar
em menor produção de prostaglandinas e leucotrienos, resultando, em
conseqüência, sintomas de menor intensidade. Dados epidemiológicos demonstram que a baixa ingestão de alimentos
ricos em omega-3 eleva a possibilidade de cólica menstrual. Não mencionando fitoterápicos, os autores recomendam
a ingestão de peixe, em vez de óleo de peixe, porque a estabilidade do óleo varia
muito no correr dos dias5. No mercado existem cápsulas de óleo de
peixe, que não são fitomedicamentos, por não terem origem vegetal. Não há
produtos padronizados de origem vegetal, que sejam fonte de Omega-3, portanto
recomenda-se a adequada providência alimentar, se o objetivo for tratar com
produtos vegetais: linhaça, castanha do Pará, amêndoas, etc.
2- Rosa
Em vários países asiáticos é comum o
uso do chá de rosa, feito com botões da flor, ou com folhas dela (Rosa gallica), como tratamento da cólica
menstrual. Foi feita uma revisão bibliográfica, buscando informações sobre a
rosa, e foi encontrado um único estudo controlado, realizado em Taiwan, com 130
pacientes adolescentes às quais foi administrado o chá (2 xícaras ao dia, por
12 dias), com eficácia5.
É importante ressaltar,
portanto, a escassez de referências, além do que, habitualmente a flor, salvo
as dos nossos jardins, costuma ser encontrada em floriculturas, e seu cultivo
pode incluir aditivos agrícolas, desconhecidos do público comum, com possíveis
efeitos sobre a saúde. E também faz-se mister cosiderar que há muitos tipos de
rosa, além da estudada, e sempre existe a possibilidade de que atuem de forma
muito diferente. Além disso, não há fitomedicamento disponível.
3-Harpagophyton procumbens (garra
do diabo)
Esta é uma das 12 plantas liberadas
pelo Ministério da Saúde para uso no SUS. É um poderoso antiinflamatório, e
atua de forma bem similar aos antiinflamatórios não-hormonais, reduzindo a inibição
da síntese de leucotrienos e de tromboxano, dose-dependente, atribuindo-se essa
ação ao harpagosíde6. Se estamos imaginando utilizá-lo no tratamento
da cólica menstrual, parece paradoxal, pois
em monografia cita-se seu uso como ocitócico, sem, no entanto entrar em detalhes. Ressalta-se
sua atividade anti-inflamatória e analgésica. O que se menciona é ação
estimulante da musculatura miometrial, e se recomenda não utilizar durante a
gestação. Confirma-se esse efeito, através de estudo, em ratas, em que se
comprovou propriedade uterotônica, espasmogênica, justificando, assim, o uso
folclórico no trabalho de parto e na retenção placentária8. Não
encontramos estudos especificamente sobre a cólica menstrual. Parece fazer mais
sentido, por ser ocitócico, seu uso no tratamento do sangramento profuso, em
casos de miomas. Mas também não há referências, no caso.
4-Lotus-da-neve
Tibetanos usam o lótus-da-neve (snow lotus), que, na realidade corresponde a qualquer uma de 3 plantas semelhantes (Saussurea involucrata, Saussurea laniceps, Saussurea medusa), para problemas reumáticos, gastrites e dismenorréia. Estudo em camundongos, demonstrando efetividade nas 3 plantas, porém nitidamente melhor com S. laniceps9. Na medida que seu uso é indicado para dismenorréia, talvez seja útil no controle doloroso menstrual em portadoras de miomas. Só que não é um produto usualmente disponível em nosso meio, embora possa ser encontrado pela internet (sem referências confiáveis).
Há produto comercial
disponível em sites da internet, mas sem referência farmacológica.
5-Combinações herbáceas
Medicações
que incluem várias plantas são comuns em alguns países, especialmente os
asiáticos.
Muito utilizado na Coreia
e China, há uma formulação muito tradicional denominada Gyejibongneyong-hwan, ou Ghizhi
Fulling formula, com cinco componentes, em proporções iguais (Cynnamomi ramulus, Poria, Moutan cortex,
Persicae semen, Peoniae radix). Autores coreanos o estão estudando, mas
ainda não dispomos dos resultados 10, 11 .
No
Japão, utiliza-se uma mistura herbácea denominada toki-sakuyaku-san, contendo 6
plantas (Angelica sinensis, raízes, Paeonia lactiflora, raízes, Lingusticum, rizoma, Atractiloides, rizoma, Alismatis, rizoma, Sclerotia poria), mas que podem ser utilizadas em proporções
diferentes, e não há padronização. Pertence ao arsenal da Medicina Kampo
(geralmente exercida por não-médicos), tradicional no Japão, e usada para
tratamento de cólica menstrual e sintomas climatéricos, com boa efetividade. Há
estudo que demonstra melhora de dismenorréia, hipermenorréia, tonturas,
sensação de frio, cefaléia12. Portanto, talvez se aplique ao
objetivo de tratamento que procuramos.
Relata-se
que curandeiros dominicanos recomendam preparado de beterraba (Beta vulgaris L, Chenopodiaceae) e
melaço (produzido a partir de Saccarum
officinarum, a cana de açúcar) como tratamento para os miomas, como também
para endometriose, menorragia e calores da menopausa. A quantidade de fibras
vegetais contidas na beterraba pode afetar, ao menos teoricamente, os níveis
estrogênicos, pois altos níveis de fibras reduzem a recirculação enteroepática
de estrogênios, aumentando a excreção urinária e fecal. Como os estrogênios
influem sobre o crescimento dos miomas, a sua redução seria um fator inibidor.
Além disso, as folhas de beterraba contêm fitoestrogênios que, durante a
menacma, atuam como antiestrogênios, e já foi demonstrado que gado alimentado
com essas folhas apresentou infertilidade (por ser antiestrogênica), mas também
se demonstrou crescimento do volume uterino em camundongas (atuação
estrogênica). A beterraba é rica em carotenóides, que também se sabe podem
reduzir o crescimento de miomas, uma vez que se demonstrou em culturas de
tecidos que as células do músculo liso contêm receptores do ácido retinóico, e
que há redução dose-dependente de seu crescimento com ácido trans-retinóico. Relata-se
ainda que a coloração da urina após ingestão dessa raiz é mais comum em pacientes
anêmicos, e que a coloração diminui com a suplementação de ferro, sugerindo que
possa ser usado esse dado, inclusive, como indicador da redução da deficiência
em ferro de pacientes tratados. Como os miomas podem causar anemia ferropriva,
em função do sangramento genital, essa seria mais uma aplicação do tubérculo,
especialmente se associada ao melaço, rico em ferro. Apesar de inexistirem
estudos clínicos que confirmem o benefício desse tratamento popular, ele merece
ser considerado e, como tal, estudado13. Em nosso meio, também não é
incomum encontrarmos referências populares quanto a esse uso da beterraba.
C- Plantas citadas especificamente para tratamento dos miomas
Essa planta tem uso popular no
tratamento de miomas na região amazônica. Não há referências científicas a
respeito. Muitas são as menções a ela na mídia eletrônica14. Por
outro lado, seu efeito antiinflamatório é conhecido e reportado, e se trata de
uma das doze espécies liberadas para uso no SUS; além disso, existem
fitomedicamentos que a contêm. Assim, eventualmente a sua fama como útil no
tratamento de miomas poderia ser focada nesse aspecto, apenas minorando o
quadro doloroso, e talvez valesse a pena utilizá-la como recurso terapêutico,
pela sua disponibilidade. Pela sua atividade antiinflamatória, talvez tenha boa
aplicação para diminuir a cólica menstrual, mas também não há menção em
literatura.
2-uxi amarelo (Endopleura uchi Cuatrec)
Autores da UNIFESP
estudaram, em ratos, sua ação, visando a endometriose. Essa doença tem em comum
com os miomas o fato de se desenvolver na dependência da atividade hormonal.
Administraram extrato da planta, ou acetato de leuprolide (antagonista do
GnRH), ou placebo, a ratas. Observaram que o extrato levou a anovulação equivalente
(quiçá superior) ao leuprolide, demonstrando a supressão da atividade ovariana15.
Esse estudo nos aguça a curiosidade
sobre a possível eficácia na redução volumétrica dos miomas, que também se
obtém com antagonistas do GnRH, que é um tratamento que, se não faz os tumores
desaparecerem, ao menos propicia, por causarem sua diminuição, maior facilidade
num posterior tratamento cirúrgico.
A referência ao uso dessa planta
amazônica é basicamente popular, e existem chás disponíveis à venda. É uma
planta característica da Amazônia brasileira, e é conhecida por vários nomes,
como uxi, uxi amarelo, cumatê, axuá, pururu, uxi-ordinário ou uxi-pucu. É
disseminado seu uso folclórico para tratar artrite, colesterol, diabete,
diarreia, e como antiinflamatório e inclusive como anticancerígeno16.
Quanto aos miomas, o
tratamento é de utilizar o chá, diariamente, geralmente no período da manhã,
alternando com chá de unha de gato à tarde, ou vice-versa.
A literatura é escassa. Os constituintes de
sua casca, potencialmente terapêuticos, são predominantemente taninos,
cumarínicos e saponinas. Foram analisados os efeitos dos taninos: atividade
antioxidante, ausência de citotoxicicidade, baixo efeito antimicrobiano. Seu
uso é bastante seguro. Há boa perspectiva, em se fazendo novos estudos, como possível
antineoplasico 16.
O arabinogalactano
encontrado no seu chá, na concentração de 25 a 500mg/ml, inibiu aproximadamente 20% das células HeLa, em 48 a 72 horas, porém sem
efeito dose-dependente. E também, na dose de 100mg/ml reduziu em 25% a proliferação celular. Não parece
haver influência do arabinogalactano, devendo estar envolvidos outros mecanismos,
na inibição celular17.
Os estudos demonstram a
boa potencialidade medicamentosa do uxi, mas em nenhum deles há menção à
possível atuação sobre os miomas, embora todos mencionem esse uso de cunho
tradicional.
Miscelânea
Reunimos neste tópico
informações não tão precisas, ou seja, que demandam mais estudos, porém que
indicam possibilidades na terapêutica.
1- Medicina chinesa
Foi realizada revisão de
múltiplos estudos duplo-cegos, abrangendo um total de 3475 mulheres. Os autores
avaliaram em especial o controle da dismenorréia, comparando com os tratamentos
convencionais, como antiinflamatórios não-hormonais, ou contraceptivos, e
concluíram que os diferentes produtos herbáceos abrangidos na medicina chinesa
são efetivos, inclusive às vezes melhores até que a acupuntura, porém a
qualidade da maioria dos estudos deixa a desejar. Não foram mencionados efeitos
adversos significativos1.
Grupo de pesquisadores
chineses pesquisou, em ratos, o efeito de fórmula tradicionalmente utilizada em
medicina chinesa (já a mencionamos como tratamento de dismenorréia), a Guizhi Fuling, demonstrando redução
acentuada do útero, diminuição da proliferação celular miometral, decréscimo de
estradiol e de progesterona séricos. O efeito foi dose-dependente18.
Autores de Taiwan pesquisaram
em um milhão de prontuários aqueles que se referiam a mulheres portadoras de
mioma, chegando a cerca de 46mil casos, dos quais selecionaram aqueles
atendidos entre 2002 e 2010 (37.786 casos). Entre esses, 31.161 mulheres
utilizavam a medicina chinesa tradicional, e as demais eram tratadas pela
medicina ocidental. As técnicas chinesas abrangiam acupuntura, moxabustão e
outras. Cerca de dois quintos delas foram tratadas com medicamentos herbáceos.
Foram identificadas 5 fórmulas que tinham várias ervas, e 5 ervas utilizadas
exclusivamente. As fórmulas foram Ghi-zhi-fu-ling-wan, a Guizi fulling, (Cinnamomi ramulus, Poria, Peoniae radix, Moutan
cortex, Persicae semen), Jia-wei-xiao-yao-san (Angelicae sinensis radix, Peoniae radix, Atractylodis macrocephalae
rhizoma, Bupleuri radix, Moutan córtex, Gardeniae fructus, Glycirrhizae radix
preparata, Menthae haplocalycis herba, Zingiberis rhizoma), Dang-gui-shao-yao-san
(Angelicae sinensis rdix, Peoniae radix,
Poria, Atractylodis macrocephalae rhizoma, Alismatis rhizoma, Chuanxiong
rhizoma), San-zhong-kui-jian-tang (Eckloniae
thalus, Phellodendri cortex, Anemarrhenae rhizoma, Trichosanthis radix,
Platycodiradix, Sparganii rhizoma, Curcumae rhizoma, Gentianae radix, Coptidis
rhizoma, Scutellariae radix, Puerariae radixPeoniae radix Alba). Os autores
atribuem ação metabólica redutora de estrogênio, ou inibidora de
prostaglandinas, antiproliferativa, e outras, que explicariam a redução dos miomas, e também a ação que muitas
dessas fórmulas têm sobre a endometriose19. No entanto, como se
associam muitas plantas, é muito difícil definir qual delas produz o efeito, nem
qual das associações delas, nem se alguma delas tem até efeito antagônico. No
mesmo estudo, foram identificadas 5 plantas utilizadas isoladamente: San-leng (rhizoma Sparganii), com a qual se
descreveu supressão da proliferação celular e aumento da apoptose, E-zhu (rhizoma Curcumae), inibindo a
proliferação celular, Xiang-fu (rhizoma
Cyperi), com atividade antioxidante e inibição de radicais livres, Yi-mu-cao
(herba Leonuri), da qual se descreve
atividade antioxidante, analgésica, vasodilatadora e sedativa, Yan-hu-suo (rhizoma Corydalis), analgésica. Com
todos esses produtos, ervas únicas ou combinadas, descreveu-se algum efeito,
sendo a mais utilizada a fórmula citada acima em primeiro lugar, a Ghizi
fulling19.
O uso dos medicamentos da medicina tradicional chinesa, de
forma indireta, demonstram sua eficácia, pois as pacientes que os utilizam precisam de muito menos apoio
de agentes terapêuticos utilizados na medicina ocidental, conforme estudo
realizado em Taiwan. Isso inclui antianêmicos, hemostáticos e drogas de
influência sobre os hormônios. Os autores do estudo concluem pelo benefício,
abrangendo, como vantagem, mais baixo custo20.
2- Plantas utilizadas por imigrantes dominicanos nos Estados Unidos
Foi feito um levantamento
procurando verificar sobre que plantas havia estudos e quais eram mencionadas entre
curandeiros usualmente consultados por imigrantes dominicanas radicadas em New York , Estados Unidos,
para alívio de várias condições relacionadas, tais como miomas, menorragia,
endometriose e calores da menopausa. Foram anotadas ainda outras aplicações,
descritas nos estudos, como emenagogos (reguladores menstruais) e abortifacientes
(e, muitas vezes, estas duas aplicações significavam o mesmo). Como muitas
plantas não são fáceis de obter nos centros urbanos, e mesmo em alguns lugares na
própria República Dominicana, esses curandeiros muitas vezes acabam adaptando
suas prescrições às disponibilidades, incluindo, até, em algumas
circunstâncias, plantas não-nativas da região caribenha, européias e africanas.
Foram relacionadas 87 plantas, dentre as quais algumas se destacaram. Espécies
de Agave foram mencionadas no
tratamento de miomas uterinos, cólica menstrual e regulação menstrual. Aloe vera também foi referida como
adequada para remover miomas e ‘limpar o corpo’, com sugestão de que regule a
quantidade menstrual, e também como abortivo. Já mencionamos acima a beterraba.
Dezenove plantas eram de uso corrente em New York , e foram citadas especificamente no
tratamento de miomas, 6 delas sendo consideradas adequadas para tratar
menorragia também. Os autores consideram que, embora todas tenham algum tipo de
estudo, ao menos na literatura local, há necessidade de mais investigação21.
Considerações finais
A fitoterapia é um campo em que a
necessidade de mais investigação é enorme. Como pudemos ver, há muitos recursos
com possíveis aplicações no tratamento de miomas. Não esgotamos o tema, pois há
muitas menções, às vezes, até, ‘escondidas’ em textos que se referem a outro
assunto. No entanto, mesmo os que parecem mais eficazes carecem de embasamento.
Assim, parece ser um campo muito promissor, porque inclusive pode permitir, em
alguns casos, até mesmo economia, pois muitas das opções são acessíveis
facilmente. Só depende do empenho em investir na pesquisa.
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* Ceci Mendes Carvalho Lopes é Assistente Doutora, Especialista em Fito-Ginecologia, da Clínica Ginecológica do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.
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