quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Efeitos da bromocriptina na prevenção da síndrome do hiperestímulo ovariano precoce em mulheres de alto risco submetidas a fertilização in vitro

03/12/2009 Ana Lucia Rocha Beltrame de Mello ME
Tema
Efeitos da bromocriptina na prevenção da síndrome do hiperestímulo ovariano precoce em mulheres de alto risco submetidas a fertilização in vitro
Objetivo: Avaliar o uso da bromocriptina na prevenção da síndrome do hiperestímulo ovariano (SHO) precoce moderada ou grave em mulheres de alto risco submetidas a fertilização in vitro. Pacientes e Métodos: Estudo duplo-cego, prospectivo e randomizado, foi realizado entre fevereiro de 2006 e novembro de 2007 no Centro de Reprodução Humana da Divisão de Ginecologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, na Huntington Centro de Medicina Reprodutiva e no Centro de Reprodução Humana do Hospital e Maternidade Santa Joana. Foram estudadas 28 mulheres entre 20 e 39 anos de alto risco para desenvolver a SHO (presença de 20 folículos ou mais ao ultrassom transvaginal no dia anterior à administração de gonadotrofina coriônica humana (hCG); níveis séricos de estradiol no dia da administração do hCG ou previamente a esta data iguais ou maiores que 3000 pg/ml e/ou aumento significativo ovariano bilateral). Foram divididas randomicamente, em dois grupos: A (n=17) e B (n=11), que receberam, respectivamente, um comprimido diário de ácido fólico (2,0 mg) e de bromocriptina (2,5 mg), por via oral, durante 14 dias, com início no dia da administração de hCG. As pacientes foram avaliadas no dia da administração do hCG (D1) e sete dias após (D2), quando foram realizados : ultrassom abdominal para verificar a presença de ascite; coleta de sangue para dosagens séricas de hemoglobina, hematócrito, leucócitos, plaquetas, uréia, creatinina, TGO, TGP e do fator de crescimento endotelial vascular (VEGF), e coleta de urina de 24 h para determinação de clearance de creatinina e concentração urinária de sódio. Resultados: Da série total (28 pacientes) que concluíram todo o estudo, 14 apresentaram ascite em D2, das quais 10 pertenciam ao grupo A (58,8%) e 4 (36,4%) ao grupo B (p=0,246). Destas 14 pacientes, 7 preencheram os critérios de gravidade, sendo que 6 pertenciam ao grupo A e, somente uma, ao grupo B. Observou-se aumento dos valores médios de VEGF no Grupo A (134,93 pg/ml) em D2, enquanto no Grupo B, houve diminuição (119,11pg/ml) (p=0,462).Conclusões: A bromocriptina não preveniu a SHO precoce moderada ou grave em pacientes de alto risco submetidas a fertilização in vitro, no entanto, houve diminuição da quantidade de líquido intraperitoneal e dos níveis séricos de VEGF.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Efeitos do Trifolium pratense nos sintomas da menopausa e na satisfação sexual em mulheres climatéricas

13/10/2009 Cecilia Del Giorno ME
Tema
Efeitos do Trifolium pratense nos sintomas da menopausa e na satisfação sexual em mulheres climatéricas
Objetivo: avaliar os efeitos do tratamento com o Trifolium pratense nos sintomas menopausais em mulheres climatéricas utilizando o Índice Menopausal de Kupperman (IMK) e pelo Inventário de Satisfação Sexual Golombok e Rust versão feminina (GRISS) l. Metodologia: Este estudo foi prospectivo, randomizado, duplo cego e controlado com placebo, e realizado no setor de Ginecologia Endócrina e Climatério da Disciplina de Ginecologia do Departamento de Obstetrícia e Ginecologia do Hospital das Clínicas, da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Foram selecionadas 100 mulheres na faixa etária de 45 a 65 anos com sintomas menopausais, com amenorréia superior há 1 ano e sem tratamento nos últimos 6 meses. Após a seleção, as mulheres foram divididas em dois grupos: Grupo I (n = 50) receberam Trifolium pratense na dose de 40 mg, 1 capsula/dia, por via oral; Grupo II (n = 50) receberam placebo (controle), contendo lactose, 1 cápsula/dia por via oral. A duração do tratamento foi de 12 meses e as mulheres foram avaliadas antes do tratamento com quatro, oito e 12 meses de tratamento, por exames clínico e laboratorial. Aplicaram-se o teste de t Student e o ANOVA para avaliar as diferenças entre os grupos. Resultados: Houve melhora significante dos sintomas após quatro meses de tratamento no IMK, principalmente, as ondas de calores, em relação aos dados antes do tratamento nos dois grupos. Não observamos melhora na avaliação da sexualidade (GRISS). Conclusão: Nossos dados sugerem que o efeito da ministração de 40mg ao dia de Trifolium pratense pode não ser superior ao do placebo, na redução dos sintomas da pós-menopausa durante um ano de estudo

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Tratamento do prolapso da cúpula vaginal pela técnica da sacropexia infracoccígea

08/10/2009 Lilian Corrêa ME
Tema
Tratamento do prolapso da cúpula vaginal pela técnica da sacropexia infracoccígea

O prolapso da cúpula vaginal é uma patologia rara, que há mais de 100 anos sua fisiopatologia e tratamento têm sido alvo de discussão, devido ao grau de dificuldade de um tratamento com preservação da anatomia. A técnica considerada como padrão-ouro para esta correção é a promontofixação abdominal, porém a alta morbidade associada à laparotomia é um fator de restrição ao uso da técnica. Neste aspecto, as técnicas de abordagens vaginais oferecem vantagem de menor morbidade e menor tempo cirúrgico quando comparadas às técnicas abdominais. Este trabalho teve por objetivo avaliar a Técnica da Sacropexia Infracoccígea na fixação da cúpula vaginal. Foram estudadas 36 mulheres com prolapso da cúpula vaginal no período de março de 2004 à fevereiro de 2008 as quais foram submetidas ao tratamento cirúrgico para correção do prolapso segundo a Técnica da Sacropexia Infracoccígea. As mulheres foram estadiadas quanto ao grau do prolapso segundo a Padronização dos Prolapsos Genitais da ICS - POPq antes e após o procedimento e foram submetidas a avaliação da qualidade de vida através da aplicação do Questionário de Qualidade de Vida em Prolapso, nos mesmos períodos de avaliação do exame ginecológico. Para avaliar a cúpula vaginal foi utilizado o Ponto C do POPq e submetido a tratamento estatístico. As mulheres foram acompanhadas por um tempo médio de 30,9 meses (10 a 55 meses). O Ponto C avaliado antes e após o procedimento variou de média de +6 (antes do procedimento) para média de -6,5 (após 24 meses da correção). A variação do Ponto C foi estatisticamente significante. Houve somente uma recidiva do prolapso após 24 meses de avaliação. Quanto ao Questionário de Qualidade de vida houve redução significativa da pontuação pós-operatória, mostrando melhora importante na qualidade de vida das mulheres estudadas (p < 0,05). Em uma média de 30,9 meses de estudo a técnica foi eficaz na redução do prolapso da cúpula vaginal e na melhora da qualidade de vida das mulheres estudadas.

terça-feira, 31 de março de 2009

Influência da infecção genital pelo Papilomavirus humano no ciclo de resposta sexual feminino

31/03/2009 Franciele Norma Minotto ME
Tema
Influência da infecção genital pelo Papilomavirus humano no ciclo de resposta sexual feminino
INTRODUÇÃO: O Papilomavirus humano (HPV) causa a grande maioria dos casos de câncer de colo uterino. Estudos epidemiológicos têm associado parâmetros relacionados à atividade sexual como principais fatores de risco para infecção pelo HPV e câncer de colo uterino. Assim, o diagnóstico de câncer ginecológico e lesões pré-malignas podem ter profundo impacto na sexualidade afetando vários núcleos da identidade feminina. Neste trabalho avaliamos a influência do diagnóstico de infecção genital pelo HPV no comportamento, desejo e excitação sexual além do orgasmo e satisfação sexual. MÉTODOS: Estudo observacional, descritivo, transversal, realizado entre março 2005 e novembro de 2006. A população de estudo foi composta por 78 mulheres, entre 18 e 60 anos, portadoras de NIC 1, 2 , 3 e condiloma acuminado, matriculadas no Setor de PTGI do Ambulatório da Clínica Ginecológica do Departamento de Ginecologia HCFMUSP. RESULTADOS: A média etária foi 32,9 anos (DP 9,5), a escolaridade média em anos foi de 8,9 (DP 3,7). Houve diferença estatisticamente significativa entre os grupos LIEBG e LIEAG (p=0,009) no quesito escolaridade. Apresentavam vida sexual ativa 82,7% da amostra, a freqüência sexual mensal média foi de 7,1 (DP 4,3); 66,7% (28) das pacientes do grupo LIEBG referiu não ter notado redução no desejo assim como 59,4% (19) das pacientes agrupadas no grupo LIEAG. No entanto, 33,3% (14) do grupo LIEBG e 40,6% do grupo LIEAG revelaram ter notado redução no desejo sexual após o diagnóstico da infecção HPV (p=0,661); 64,0% (48) das pacientes pesquisadas referiam não ter notado redução na quantidade de orgasmos, enquanto 36,0% (27) referiram redução na quantidade de orgasmos (p=0,948). Em relação ao comportamento sexual, 10,4% (8) responderam que após o diagnóstico não mais praticavam sexo anal; assim como 11,7% (9) responderam agora não mais recebem sexo oral; quanto ao uso de condom, 20,3% responderam que após o diagnóstico passaram a fazer uso. Em relação à satisfação sexual, 67,9% (53) das pesquisadas estão satisfeitas sexualmente após o diagnóstico e 32,1% (25) revelam não estarem satisfeitas sexualmente. Não houve diferença estatisticamente significativa entre os grupos LIEBG e LIEAG. CONCLUSÕES: Houve influência negativa do diagnóstico da infecção genital pelo HPV em relação à prática de sexo anal e sexo oral; o uso de condom apresentou pequeno incremento. Houve redução no desejo sexual, excitação sexual e sensação de orgasmo, mais acentuada, porém não estatisticamente significativo, entre as portadoras de LIEAG. As participantes portadoras de condiloma acuminado apresentavamse mais satisfeitas sexualmente, as portadoras de NIC 1 foram as menos satisfeitas sexualmente.