terça-feira, 6 de julho de 1999

Estudo do fator de crescimento insulina-símile (IGF-I) em mulheres após a menopausa, sob terapêutica de reposição hormonal

Pós-Graduando: Hilton José Pereira Cardim
Orientadora: Drª. Ceci Mendes Carvalho Lopes 
Data de Defesa: 06/07/1999


O fator de crescimento insulina-símile (IGF-1) é um potente agente mitótico, com propriedades semelhantes às da insulina, que estimula o crescimento de células de vários tecidos, tais como os osteoblastos, e células neoplásicas, inclusive às do câncer de mama. Sua ação é regulada por seis proteínas transportadoras (IGFBPs). Após a menopausa, ocorre diminuição da secreção de IGF-I. A reposição hormonal com estrogênios por via oral inibe a síntese hepática de IGF-I, enquanto que, a via transdérmica não altera ou até aumenta a concentração de IGF-I total. Pouco se sabe sobre a influência dos progestágenos e a secreção de IGF-I. As concentrações de IGF-I livre também não foram estudadas em pacientes sob terapêutica de reposição hormonal. O presente estudo avaliou quatro grupos de pacientes após a menopausa com esquemas de reposição hormonal diferentes: pacientes sob uso de estrogênios conjugados via oral (Grupo 1); sob uso de 17 b-estradiol transdérmicos (Grupo 2); sob uso de estrogênios conjugados e noretisterona via oral (Grupo 3); sob uso de 17 b-estradiol e acetato de noretisterona transdérmicos (Grupo 4). Foram realizadas dosagens de IGF-I total e livre, IGFBP-1, IGFBP-3, colesterol total, HDL, LDL, triglicérides, glicemia de jejum, insulina, além de densitometria de composição corporal. O Grupo 1 apresentou diminuição do IGF-I total, aumento do IGF-I livre e de IGFBP-1; e não alterou a composição corporal. O Grupo 2 não sofreu alterações de IGF-I total e livre, nem de IGFBP-1. Houve aumento de massa magra e da gordura tecidual nos braços, bem como da densidade mineral óssea da pelve. No Grupo 3, houve aumento de IGF-I livre e IGFBP-1, com IGF-I total e composição corporal inalterados. No Grupo 4, houve aumento de IGF-I livre, enquanto que IGFBP-1 e IGF-I total permaneceram sem alterações. Houve aumento da massa magra e da gordura tecidual nos braços. Não foram observadas alterações nas concentrações de IGFBP3 em nenhum dos grupos. Os resultados mostram que, conforme a via de administração, pode haver mudanças no IGF-I total; e aumento da fração livre de IGF-I, exceto pelo grupo tratado com estrogênios transdérmicos. Discutem-se as possíveis implicações no risco da carcinogênese da mama.